quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O ressentimento esquerdista


Fernando Rodrigues Batista


Como outrora salientou o filósofo cearense Raimundo Farias Brito (ainda hoje desconhecido do grande público em decorrência da hegemonia da ideologia marxista): 

O interesse justifica a luta pelo pão, em nome do qual reclamam os socialistas a reforma da sociedade; mas o que não se justifica, nem se explica, é o interesse mesmo, elevado à categoria de princípio soberano da moral. É preciso partir de mais alto e submeter a exame mais profundo a verdadeira significação da natureza humana”.

Em decorrência do paroxismo esquerdista em que a moderna intelligentsia utópica mergulha o mundo, todos os princípios de normalidade humana vêem-se cada vez mais contestados, isto é, profundamente negados e rejeitados.

Daí a crença – como lembra Thomas Molnar, também pouco conhecido entre nós - de que a humanidade poderá um dia livrar-se de tudo que a divide, de todas as distinções e desigualdades e a noção do amor como fusão de todos os seres e finalmente a insistência em querer dissolver os laços que lembram a antiga humanidade “ultrapassada”, laços de família, de propriedade, de hierarquia e laços com um Deus transcendente.
 
Como na Rússia aniquilada pelo bolchevismo, o inimigo é o gulag, o senhor da terra, o camponês livre com sua família e sua aldeia. Contra tão vivificadora presença se alçou a máquina destruidora de Lênin e Stalin, cujo último objetivo – como assinala Alexander Soljenítsin - era "destruir uma forma de vida nacional e extirpar a religião dos campos". 

Ali estão os versos lancinantes de Sérgio Esénin, para testemunhar que o dano imenso causado ao ruralismo pela revolução comunista, foi desterrar esse Cristo camponês, ante cuja majestade se inclinavam os pinheiros e os salgueiros para entoar-lhe o Hosana, esse Cristo divino lavrador, frente ao qual, até a névoa do pântano se fazia incenso em tributo de louvor.
 
Nosso Nelson Rodrigues que tantas vezes em seus artigos em “O Globo”, com verbo inflamado atacou o marxismo e seus próceres, é bem elucidativo quanto ao famigerado humanismo marxista:  

“Aí está o óbvio, não o simples óbvio, mas o óbvio ululante. Nem se precisa ser arquiteto, ou poeta, ou cineasta, ou sociólogo para perceber a brutalíssima evidência. O que já fez e continua fazendo o socialismo? Sim, o que nos ensina a experiência socialista senão o massacre de todas as liberdades? Eu poderia citar outras, e outras atrocidades. Lembrarei apenas uma: o estupro da pessoa humana. E que nos deu o socialismo, em troca da pessoa humana? Deu-nos a antipessoa. Aí está a figura mais hedionda da nossa época: - a antipessoa. A Rússia a criou, eis a verdade. E uma mãe, num poste de ônibus, suspirava: - ‘Hoje meu filho me deu uma surra’. Não era o filho, era a antipessoa. O anti-homem é algo de visível, de tangível, algo que podemos apalpar, sim, farejar, fisicamente. Tudo isso, repito, é óbvio mais ululante da terra”. 
Qual o motivo ante a experiência socialista, manchada até a medula pelo sangue de milhões de vidas humanas, faz com que tantos jovens sofram ainda o influxo da ação revolucionária das esquerdas de todos os matizes?

Nelson Rodrigues vai direto aos "intelectuais": 

“Mas ai de nós, ai de nós. Os nossos intelectuais não vêem o óbvio, seja ululante ou o simples óbvio, sem superlativo. A Grande Revolução foi uma gigantesca e sangrenta impostura. E, agora, eles assistem à curra da Tchecoslováquia. Vêem as radiofotos dos violados tchecos chorando. E, então, a nossa inteligência conclui: O socialismo é liberdade”. 
Remetendo o assunto a nossa realidade, vemos estagnados a fina flor da intelectualidade brasileira (analfabetos diplomados), sejam eles juristas, sociólogos, professores universitários, simples palpiteiros e até mesmo o mais modesto vendedor de pipoca da esquina entoarem loas ao desgoverno revolucionário que assola todo país.
 
Quilombolas, MST, reservas indígenas, cotas para negros, uniões civis de homossexuais, aborto, etc.: estamos caminhando para uma sociedade justa e igualitária dizem eles. Por outro lado, fascistas, preconceituosos, racistas e toda sorte de epítetos são atribuídos a todos aqueles que conseguem enxergar o óbvio ululante: estamos caminhando a passos largos para o totalitarismo comunista. 
No entanto, consola-nos que – e temos escutado e visto pessoalmente, longe dos registros televisivos condescendentes com a má sorte que se aproxima - nas propriedades rurais tão intensas e viris de nossos dias, e mesmo nas conversas diárias com a gente simples do povo, não hão faltado espontâneas e fundamentadas vozes e manifestações que desmascaram o caráter revolucionário e terrorista do governo que os castiga e persegue. É o modo local inequívoco de protestar contra o marxismo dominante. É o sinal suficiente entre nós, para avisar e advertir que são os vermelhos os responsáveis desta investida anti-nacional. É o sinal de que ninguém se engana sobre a trágica existência de uma tirania, exercida por antigos terroristas camuflados agora em dirigentes da nação.
 
Como todos os marxistas, os que compõem o desgoverno subversivo do PT não se inclinam ante os pobres ou ante as minorias (que são a pedra de toque de todo discurso hipócrita da esquerda) para resolver-lhes realmente sua angustiosa situação. 

Não se interessam por eles caritativamente senão, como o prescreveu lapidarmente Henri Lefebvre, lhes servem de força propagandística, de vítimas manipuláveis, de ocasião e escusa para exercitar a demagogia populista e o utopismo insensato de prometer que se acabará com a pobreza como que promete que chegará inexoravelmente o verão após rigorosos frios. 

Nada mais verdadeiro que as indeléveis palavras do saudoso Roberto Campos:
"Nossas esquerdas não gostam dos pobres. Gostam mesmo é dos funcionários públicos. São estes que, gozando de estabilidade, fazem greves, votam no Lula, pagam contribuição para a CUT. Os pobres não fazem nada disso. São uns chatos..."

Os pobres, as minorias da retórica esquerdista não são os do Evangelho, cujas chagas puderam cobrir os monarcas santos. Não são sequer os esfarrapados aos que chega o assistencialismo filantrópico. Os pobres dos discursos da esquerda – enquanto seus asseclas exibem impúdicamente suas finas roupagens e frivolidades exasperantes – são os mesmos dos quais falava hipócritamente Liu Chao Tchi em 1950: “uma classe a qual não há que aliviar sua miséria senão utilizar como pretexto político e força de choque”.
 
Esta não é a gestão de Robin Hood – tirando dos ricos e dando aos pobres - senão a de profissionais da usura, da máfia, do delito e do homicídio, ao serviço da plutocracia internacional. Não é a gestão do Cavaleiro de Sherwood senão a da donzela dos tugúrios sionistas e das USPs dos terroristas de ontem.
 
Com ela como símbolo da tragédia que padecemos, se constata uma vez mais o que dissera o argentino Alberto Falcionelli: “o marxismo é uma ruptura na história. Ruptura da Tradição, da Fé, da Nacionalidade e da Decência”.
 
É a existência mesmo de nossa nação que está em jogo. Para que nossa pátria recupere sua existência é necessário combater a maldita, enlouquecida e furiosa tirania que a mantém presa e torturada. Tirania de incendiários e mentirosos, de hipócritas e ignorantes, de facínoras e malfeitores, de cegos e segregadores das liberdades concretas. Tirania do número e do garrote vil, dos criminosos de guerra de outrora (guerra subversiva e revolucionária como tem demonstrado o Deputado Jair Bolsonaro), revestidos agora em donos do poder. Tirania de imorais, ateus e apátridas, unidos todos sobre a comum e repugnante marca do ressentimento.
 
O ressentimento: essa "ira ulcerada", como o definiu Leonardo Castellani, "mesclada de inveja, de soberba e, sobretudo, de preguiça. Veneno que é como uma ferida inflamada e depois gangrenosa".

O ressentimento é uma auto-intoxicação psíquica que surge ao reprimir sistematicamente os afetos e as descargas emocionais normais. Revela a consciência da própria impotência, pois, leva a refrear esse impulso espontâneo de vingança que se vai acumulando, e atrasando assim o contra-ataque. 

O ressentimento acumulado acaba por desumanizar o adversário, abrindo assim a porta ao extermínio. Como disse um assassino das FARC: «Yo no he matado a una persona, he matado a un empresario».

Não é demais relembrar que Cristo foi crucificado sobre o mandato de Tibério, "o ressentido do ano 33”.



terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Prêmio Nobel de Mario Vargas Llosa



A notícia de que o romancista peruano Mario Vargas Llosa tinha ganho o Prêmio Nobel de literatura me agradou imensamente. O prêmio é um grande empurrão para a liberdade na América Latina. Através de seu gênio literário, prolíficos ensaios e ativismo incansável, Vargas Llosa há muito se estabeleceu como talvez o intelectual público mais conhecido da América Latina, e certamente seu liberal clássico mais famoso. Durante décadas, ele utilizou sua capacidade de atingir as massas para promover os princípios da sociedade livre, tornando-se o maior defensor do capitalismo democrático da região.

Não foi sempre assim. Na década de 60, quando seus primeiros romances surgiram para o reconhecimento mundial, Vargas Llosa era representante do establishment intelectual latino-americano, com a sua admiração pela revolução Cubana e sua defesa de políticas esquerdistas radicais. Mesmo na época, porém, o anti-autoritarismo e uma preocupação com o indivíduo eram temas proeminentes em seus romances. Num exemplo de pensamento independente que caracteriza o compromisso de Vargas Llosa com a verdade, ele terminou rompendo com o establishment intelectual no começo dos anos 70 denunciando vigorosamente a revolução de Fidel Castro e se afastando do estatismo em geral. Sua defesa da liberdade individual, cada vez mais acirrada, foi fortalecida por sua descoberta, na década de 70, do trabalho do laureado pelo Nobel Friedrich Hayek, a quem Vargas Llosa cita como uma das maiores influências intelectuais em seu pensamento (os outros sendo Karl Popper e Isaiah Berlin).

Sendo um comunicador extremamente versátil, Vargas Llosa explorou os problemas sociais mais profundos da América Latina e desmistificou a visão utópica dos líderes demagógicos tão comuns na história latino-americana.

Um dos temas principais de seu romance de 1981, A Guerra do Fim do Mundo, por exemplo, era de que promessas coletivistas de uma vida melhor,  ou de felicidade, só podem terminar em fanatismo – especialmente se várias marcas de coletivismo são jogadas uma contra as outras – precisamente porque a civilização depende da primazia do individual e da consideração estreita do mundo real, em vez da confiança dogmática em ideias abstratas, mas errôneas, de como o mundo poderia funcionar.

Em lugares como a Rússia ou a América Latina, onde há pouca ou nenhuma tradição de liberdade individual e as pessoas confiam pouco nas instituições principais da sociedade, o romancista frequentemente ocupa  um lugar especial, quase divino. Justo ou não, ele é visto como confiável porque suas ideias são próprias e porque ele, de algum modo, conseguiu se manter independente das influências corruptas da sociedade. Isto deu a Vargas Llosa uma posição a partir da qual ele tem regularmente proferido afirmações que instantaneamente provocaram debates e passaram com frequência ao léxico nacional. Em 1990, por exemplo, durante uma visita ao México, ele notoriamente se referiu ao sistema de governo sob a longa administração do partido PRI como a “ditadura perfeita”. Isso escandalizou a classe política e a intelligentsia na maior parte da América Latina, mas qualquer taxista da Cidade do México lhe diria que era absolutamente verdade.

Ano passado, numa conferência organizada em Caracas pelo think tank liberal de mercado CEDICE, numa época em que Hugo Chavez estava radicalizando sua revolução socialista, Vargas Llosa declarou, “Não queremos que a Venezuela se torne um Estado comunista totalitário.” Isso provocou Chavez a desafiá-lo e aos “neoliberais” para um debate televisionado nacionalmente, o que acabou se revelando ser um estratagema do qual Chavez recuou quando Vargas Llosa aceitou o desafio. Vargas Llosa então venceu o debate sem mesmo promovê-lo. O episódio foi bastante divulgado na região e foi um golpe para Chavez, enfatizando a natureza fechada e covarde de seu regime.

Quando Vargas Llosa escreve e fala sobre economia, o efeito é similar, como quando ele explica que, historicamente, o capitalismo nunca existiu na América Latina. Para aqueles que desejam entender como as economias latino-americanas realmente funcionam, e como o livre mercado é o sistema econômico mais compatível com o modo de vida dos latino-americanos, ainda recomendo o prólogo de Vargas Llosa para as primeiras edições do clássico de Hernando de Soto, O Outro Caminho, como uma das declarações mais lúcidas sobre a economia política da região.

Talvez o melhor exemplo da influência de Vargas Llosa na definição das agendas seja em seu nativo Peru. No final dos anos 80, depois que o Presidente Alan Garcia levou o país à ruína, Vargas Llosa decidiu se candidatar à presidência, tendo já mobilizado protestos em massa contra os planos de Garcia de socializar ainda mais o páis. Vargas Llosa articulou uma plataforma de campanha explicitamente libertária, pedindo por reformas de mercado radicais. Ele perdeu a eleição de 1990 para Alberto Fujimori, que executou uma plataforma gradualista e se apoiou em táticas de medo e truques sujos para ganhar o eleitorado.

Mas as ideias de Vargas Llosa venceram. Depois do Chile, o Peru se tornou o país latino-americano que implementou o conjunto de reformas mais radical e abrangente num curto período de tempo. As reformas levaram a um intenso crescimento e se tornaram muito populares. Quando Fujimori anulou a Constituição e fechou o Congresso, Vargas Llosa corretamente criticou o ato e os abusos que se seguiram.

Mas as reformas econômicas a que governos democráticos seguintes aderiram ou aprofundaram transformaram o país, e até o momento, o colocaram como uma história de sucesso na América Latina. Como tal, o Peru está mostrando aos latino-americanos a superioridade da democracia de mercado em oposição ao autoritarismo populista. Não é surpresa que Alan Garcia, o atual presidente do Peru em seu segundo mandato, seja o pior dos rivais de Hugo Chavez. Alan Garcia é agora mais um dos convertidos por Vargas Llosa.

Devo muito a Vargas Llosa, meu conterrâneo. Fui influenciado por ele desde cedo e, quando estudava na Universidade Northwestern durante sua campanha para presidente, sua plataforma libertária orientou meus estudos e contrastava com as palestras dadas por meu professor esquerdista de política Latino-Americana. Sinto-me honrado por Vargas Llosa ter se tornado um amigo, generosamente apoiando os esforços da Cato e ajudando, como sempre, a todos nós que promovemos princípios liberais em toda a região. Através de sua conduta e de suas ideias, ele continua ensinando.

Gracias Mario.

Publicado em  www.imil.org.br

A continuidade do PT é a certeza da ditadura

 
 
As notícias sobre o Prêmio Nobel da Paz concedido ao professor Liu Xiaobao são emblemáticas no processo revolucionário que vivemos no Brasil.

Perseguido político em seu país, o Sr. Liu, encarcerado cumprindo pena de onze anos por ter estimulado a realização de um abaixo-assinado por eleições livres na China, até hoje não sabia que havia sido premiado.

É fato sabido que os Prêmios Nobel da Paz ou de Literatura, e outras manifestações de reconhecimento público, como o Oscar e congêneres europeus, por exemplo, têm contemplado pessoas e obras que servem de veículos de propaganda ao movimento comunista internacional. Este ano, no entanto, os jurados fugiram ao “script” e voltaram os holofotes a um crítico do sistema, que amarga pena por desafiar o totalitarismo comunista.

Enquanto o mundo inteiro se deparava com a realidade política crua do “milagre chinês” e se interrogava o que fariam, a resposta não se fez esperar: primeiro, o governo chinês declarou que o governo norueguês arriscava as relações com a China e em seguida teorizou que conceder o prêmio Nobel a um criminoso em seu país de origem não era compatível com a linha filosófica da premiação.

Ameaçar, por intransigência ideológica, um governo com truculência para forçá-lo a intervir numa academia independente – coisa corriqueira na China e em todos os países dominados por governos totalitários de esquerda – para alterar decisões que seguem padrões de julgamento adotados por jurados de várias origens é recurso descabido. A chantagem como instrumento de pressão é natural aos comunistas, mas violenta a liberdade de expressão.

A teorização sobre o quê e como deve atuar o júri da academia é outro recurso das esquerdas, que é o de desqualificar as realizações de algo que lhes seja inconveniente.

Em breve a “tropa de choque” do socialismo Fabiano, representada pela Secretária de Estado dos Estados Unidos e seus acólitos, a começar pelo próprio presidente, que já se pronunciou pedindo clemência ao professor Liu, entrará em cena numa força-tarefa orquestrada e respaldada pelo clamor da opinião pública despertada pelo prêmio concedido, com muitas chances de obter sua liberação.

Tudo faria mais sentido se estivéssemos num manicômio. Como é que um cidadão normal conseguirá compreender a lógica do movimento socialista revolucionário? Uma academia que por décadas tem sido instrumental para enaltecer a “intelectualidade” esquerdista premia um defensor da democracia num país comunista. A justificativa, além dos trabalhos do premiado, é das mais nobres: jogar luz sobre a sua saga e facilitar sua libertação.

Daí, a fina flor do socialismo internacional, que propugna pela implantação da governança global se oferece como mediadora – como nos recentes casos dos jovens alpinistas libertados no Oriente Médio, ou da tentativa de comutação da pena de apedrejamento da mulher acusada de traição de seu marido – e, bem sucedidos, saem todos como heróis da paz e da solidariedade, dignos exemplos a serem seguidos e admirados.

A construção de mitos e exemplos se dá, desta maneira, iluminada pela aura de coragem e senso de dever, e fundamentada sobre os temas do humanismo libertário – paz, ambientalismo, justiça social -, tão utilizados para a mobilização das massas. Qual o jovem conseguirá analisar estas situações e compreender o que se passa na realidade? É de enlouquecer.

Enquanto isso, no Brasil,vivemos um processo semelhante.

Mesmo infiltradas por elementos agnósticos se passando por sacerdotes, falsos religiosos da teologia da libertação e outros tantos associados à CNBB, a Igreja Católica e Igrejas de outras denominações cristãs, através de alguns padres e pastores autênticos reagiram ao imobilismo da sociedade, anestesiada que está diante do intenso trabalho das esquerdas nos últimos quarenta anos, e têm conclamado os fiéis a se posicionarem a favor da vida, contra o aborto, o gayzismo e todos os ataques aos valores sagrados da família cristã.

Todos estes descalabros têm sido defendidos permanentemente pelo PT e pelos partidos de sua base de sustentação. As provas são tantas que nem é preciso mencioná-las, bastando citar a recente expulsão do partido dos dois deputados evangélicos que se recusaram a assinar o compromisso de liberação do aborto.

A candidata do PT sempre esteve à frente destas propostas, sustentando-as e se comprometendo, a ponto de assinar o PNDH-3 onde o aborto está amplamente contemplado.

O segundo turno demonstrou que “Deus lhe tira sim, essa eleição”, pois já garantia que “nem Deus me tira essa eleição” tendo a festa de posse preparada em Brasília na noite do dia 3 de outubro.

Neste segundo turno, da mesma maneira que tivemos o “lulinha paz e amor”, temos agora&nbspa candidata mais católica e fervorosa que poderíamos desejar. Mãe extremosa, avó dedicada, o reflexo da Virgem Maria em nossos lares.

Enquanto isso o governo estuda uma renegociação do Tratado entre a Santa Sé e o Brasil , assinado em 13 de novembro de 2008, desta feita para calar os padres e pastores que tiverem a coragem de falar algo que contrarie os interesses do partido.

Assim como o PNDH-3, a simples conjectura de fazer calar quem defende os valores cristãos da sociedade já é a linha limítrofe do totalitarismo. Ameaçar renegociar um Tratado de reconhecimento internacional para evitar a divulgação de verdades é comprovar que com este governo que aí está e que deseja continuar, o partido fará o que bem quiser, ignorando que temos um Congresso para resolver o que é o melhor e o certo para a nação.

O mesmo procedimento adotado pelo governo chinês, comunista totalitarista, ferindo suas relações com a Noruega para cercear a liberdade de expressão e conhecimento de seu povo, o governo brasileiro se torna instrumento do partido na ameaça de romper o Tratado com o Vaticano visando calar as vozes que, cobertas de razão, se levantam contra suas pretensões.

A continuidade do PT no governo traz embutida a certeza da ditadura mais nefasta que assolará a nossa sociedade.

Jorge Roberto Pereira
Presidente do Farol da Democracia Representativa
 

A profecia do general Olimpio Mourão Filho

Hodiernamente nada soa mais verdadeiro do que a previsão do general Olimpio Mourão Filho, publicada no seu livro de 1978, A Verdade de um Revolucionário

"Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso." 

 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Um bispo que honra a sua batina repõe a verdade

Dom Benedito Beni dos Santos, bispo de Lorena, é do tipo que honra a batina que veste e que está ciente de suas obrigações. Nesta mensagem, lembra que a Assembléia Ordinária do Episcopado Paulista, realizada nos dias 29 e 30 de junho e 1º de julho deste ano , aprovou uma espécie de “10 Mandamentos para Votar Bem”. O terceiro  diz o seguinte: “Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com o respeito pleno pela vida humana, desde a concepção até a morte natural”. Neste vídeo, ele lobserva que o “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras” é do dia, ATENÇÃO!!!, 26 de agosto!!! E que o texto está pautado por fatos incontestáveis, o que é verdade.



Voltei

Acontece que, no fim de agosto, o PT estava certo de que venceria a eleição no primeiro turno. A Igreja que se danasse com suas restrições. Quando viu frustradas suas expectativas, os petistas correram em busca de pretextos. E então começou uma espécie muito particular de perseguição e assédio religiosos.
O bispo, vice-presidente da Regional Sul I não se acovarda, não. Reitera que o PT e o governo sempre estiveram comprometidos com a descriminação do aborto. É fato, não boato. E observa que o que vai naquele texto está de acordo com a doutrina da Igreja Católica. Não está? Então ponto! Nada como a clareza.

Por Reinaldo Azevedo

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Só vale a religião petista

Por Bruno Pontes (*)



- Que história é essa de defender a crença? Cruzes. Coisa de gente reacionária, obscurantista, medieval. Esse modo de pensar contraria as diretrizes democráticas do PT.
No sábado, durante carreata em Belo Horizonte, Lula presenciou um fenômeno que institutos sérios como o Ibope e o Vox Populi já haviam dado como extinto: dezenas de pessoas vaiaram o presidente e seu ventríloquo. Aparentemente existem brasileiros que desaprovam o governo. O caso é grave e merece uma análise de especialistas isentos como Emir Sader ou Marilena Chauí.
Dizem que um homem fala a verdade quando está com muita raiva ou muito bêbado. Acho que Lula está furioso com a queda de Dilma Rousseff, verificada nas pesquisas internas do PT. Seja como for, fiquei chocado com a subseqüente declaração do presidente. A respeito dos cidadãos que o vaiaram, Lula comentou:

"Eu fico constrangido, porque aquelas pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo. O que aquelas pessoas não conseguiram foi superar o preconceito contra um metalúrgico ser presidente e fazer pelo Brasil o que eles não conseguiram fazer".

Eu já conhecia a lengalenga do metalúrgico oprimido pela elite que ele próprio integra. No leito de morte, acalentado pelos homens mais ricos e adulado pelas instituições mais poderosas, Lula dará o último suspiro: "Sempre fui oprimido por ser operário".

Até aí é o de sempre. O que me espanta é outra coisa. O governo Lula não era aquele que beneficiava os pobres como nunca antes na história deste país? Agora são os ricos os maiores agraciados com o advento do presidente metalúrgico? Na esperança de compreender a conjuntura política, pedi auxílio a um colega de profissão. Telefonei para o meu amigo Jornalista Isento:

- Isento, é o Bruno. Rapaz, o Lula agora tá dizendo que quem mais ganhou dinheiro no governo dele foram os ricos. Que comédia.

- Ah, Bruno. Deixa de ser chato. Não viu o Vox Populi dessa semana? O homem tem 290% de aprovação. E daí se ele fala isso ou aquilo? Fica na tua.
Segui o conselho do Jornalista Isento e mudei de assunto. Resolvi tratar de outra questão e, para isso, consultei um padre. Para minha surpresa era um religioso progressista, também isento, do tipo que os petistas autorizam:

- Padre, a Dilma mandou censurar os panfletos da CNBB pedindo aos fiéis que não votem em candidatos abortistas. É correta a atitude da candidata petista?

- Corretíssima, meu filho. Nós, os religiosos do bem, só devemos nos pronunciar para fazer propaganda do PT no sermão da missa ou para ensinar que Jesus Cristo, no fundo, no fundo, era petista.

- A Bíblia que o senhor diz seguir condena o aborto. A Igreja deve ser proibida de defender a crença?

- Que história é essa de defender a crença? Cruzes. Coisa de gente reacionária, obscurantista, medieval. Esse modo de pensar contraria as diretrizes democráticas do PT. E não esqueça que nosso Estado é laico. Portanto, a religião só deve ser permitida quando ajuda o PT. Do contrário, é fundamentalismo de direita. Amém.



(*) Fonte: http://brunopontes.blogspot.com/

Nota dos bispos do Regional Leste 1 da CNBB sobre o 2º turno das eleições presidenciais

Os Bispos do Regional Leste 1 da CNBB, diante da realização do 2º turno das eleições para a Presidência da Republica, em sintonia com a “Nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB - em relação ao Momento Eleitoral”, confirmam sua posição expressa em junho passado no início do processo eleitoral.
Por sua universalidade a Igreja católica não tem partido ou candidato próprios, mas incentiva, agora mais do que nunca, a dar o voto a quem respeita os princípios éticos e os critérios da Moral Católica, indicados na Doutrina Social da Igreja.
Em particular, deve ser votado quem defendeu e defende o valor da vida desde a sua concepção até o seu termino natural com a morte e, ao mesmo tempo, a família com a sua própria constituição natural.
A nossa nota de junho assim especificava: “Rejeitamos, veementemente, toda forma de violência, bem como qualquer tipo de aborto, de exploração e mercado de menores, de eutanásia e qualquer forma de manipulação genética”. Defendemos a vida para todos, em particular para os mais pobres, em todos os aspectos: educação, moradia, trabalho, segurança desde a infância até a velhice.
Além disso, renovamos a nossa crítica ao PNDH-3, mesmo depois de ter sido retirada a proposta da legalização do aborto, porque foi falaciosamente indicada como “questão de saúde pública”. Não é aceitável a visão da pessoa fechada ao transcendente, sem referência a critérios objetivos e determinada substancialmente pelo poder dominante e pelo Estado. No PNDH-3, a maneira como são tratados vida, família, educação, liberdade de consciência, de religião e de culto, de propriedade em sua função social e de imprensa, revela uma antropologia reduzida.
A “Nota da CNBB em relação ao Momento Eleitoral” de 8 de outubro de 2010 também afirma o “direito – e mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã”. E nós, no Estado do Rio de Janeiro, compartilhamos plenamente também esta orientação.
Fazemos votos que esta última fase do processo eleitoral se desenvolva em paz, no respeito da democracia e do soberano direito da consciência moral do nosso povo.
Invocamos para todos a proteção de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2010

Dom Rafael Llano Cifuentes
Presidente do Regional Leste1 da CNBB
Bispo Emérito de Nova Friburgo

Dom José Ubiratan Lopes, OFMCap
Vice Presidente do Regional Leste1 da CNBB
Bispo de Itaguaí

Dom Filippo Santoro
Secretário do Regional Leste 1 da CNBB
Bispo de Petrópolis

PT, o partido terrorista, chama militantes para a luta

Do Observatório de Inteligência

Este é o PT, o partido terrorista que tomou conta do governo do Brasil e não mede esforços para se manter no poder.

Para esta camarilha, os meios justificam os fins. Não importa quais sejam.

Caso Celso Daniel é prova viva do modus operandi da quadrilha instalada em Brasília. E, não pára por aí, a lista das ilegalidades e crimes é bastante extensa.


O aborto no Direito brasileiro

O arsenal de disposições do Direito brasileiro aponta para a impossibilidade de que haja a constitucionalização da prática do aborto no país

 *Ives Gandra Martins

Li, recentemente, parecer do professor Eros Grau, ministro aposentado do STF, em que declara serem constitucionais os artigos 542, 1.609, parágrafo único, 1.779, parágrafo único e 1798 do Código Civil, visto que, sendo o nascituro sujeito de direitos, é alcançado pelo reconhecimento do direito à dignidade da pessoa humana e à inviolabilidade do direito à vida, contemplados na Constituição do Brasil.
De rigor, o eminente jurista reforça a interpretação dos textos superiores (tratados internacionais e Constituição Federal), em que embasa suas conclusões sobre o direito infraconstitucional.
São eles: o artigo 3º da Declaração Universal de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, segundo o qual "todo ser humano tem direito à vida" e a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, que afirma que "a criança necessita de proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento" (grifos meus).
Há também o Pacto de São José, do qual o Brasil é signatário, cujo artigo 1º estabelece que "pessoa é todo ser humano"; no artigo 3º, que "tem o direito de reconhecimento de sua personalidade jurídica"; e o artigo 4º, que define que tal direito deve ser protegido pela lei "desde o momento de sua concepção".
O interessante é que o artigo 4º cuida de duas formas de proteção ao direito à vida, ou seja, do nascituro e do nascido. Não abre exceção para o nascituro, mas, quanto aos nascidos, preconiza que os países que tenham pena de morte procurem aboli-la e proíbe aos países que não a tenham de adotá-la.
Estabelece ainda que, se um país signatário deixar de ter a pena de morte, não poderá mais voltar a adotar tal forma de atentado à vida do ser humano nascido.
A nossa Constituição é clara ao dizer, no artigo 5º, "caput", que o direito à vida é inviolável.
Por fim, o artigo 2º do Código Civil está assim redigido: "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". Seria ridícula a interpretação do dispositivo que se orientasse pela seguinte linha de raciocínio: "Todos os direitos do nascituro estão assegurados, menos o direito à vida"!
É de se lembrar que o artigo 5º, "caput", da Lei Suprema é cláusula imodificável, por força de seu artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV.
Como se percebe, o arsenal de disposições jurídicas internacionais, constitucionais e infraconstitucionais do Direito brasileiro coincide, e todas apontam para a impossibilidade da constitucionalização do aborto em nosso país. Nada obstante, há os que defendem que, pelo neoconstitucionalismo, pode o STF legislar nos vácuos legislativos.
Não é minha posição. Primeiro, porque não há vácuo legislativo; e, segundo, se houvesse, estou convencido de que a tese não se compatibilizaria com o texto maior, visto que, nas ações de inconstitucionalidade por omissão do Congresso, ainda quando julgadas procedentes, não pode o STF impor sanções nem estabelecer prazos para que o Legislativo supra a omissão.
Não tem, pois, o STF a faculdade de legislar positivamente. Não se deve esquecer de que todos os projetos para institucionalização do aborto não têm sido aprovados pelo Congresso Nacional.
Por fim, mas não menos importante, a esmagadora maioria da população brasileira se opõe a essa prática, conforme pesquisa divulgada pela Folha em 11/10, sendo 71% a favor de manter a atual legislação e só 11% a favor de ampliar os casos em que o aborto é permitido.
Em outras palavras, no Estado democrático brasileiro, a população rejeita o aborto, prestigiando o respeito ao direito à vida. Como se percebe, a questão não é religiosa, mas jurídica, refletindo, de rigor, a vontade da maioria da população brasileira, contrária ao aborto.

*IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 75, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio.

Fonte: Folha de São Paulo, 19 de outubro de 2010.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

IDEOLOGIA DE GÊNERO E A ANTIMETAFÍSICA DO SER

Fernando Rodrigues Batista


Consoante preleciona o Pe. Lodi, a Cultura de Morte pretende dar seu último golpe: a mudança antropológica, quer dizer, a mudança do ser mais profundo do homem desde a manipulação e aniquilação psicológica-existêncial deste.
A ideologia de gênero (1), que causou enorme discussão na IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mulher (Pequim, 1995), tem sua origem em FREDERICK ENGELS, amigo inseparável de KARL MARX. Em seu livro “A origem da família, da propriedade e do Estado” (1884), Engels dizia:
“O primeiro antagonismo de classes da história coincide com o desenvolvimento do antagonismo entre o homem e a mulher, unidos em matrimônio monógamo, e a primeira opressão de uma classe por outra, com a do sexo feminino pelo masculino”. (2)
No mesmo diapasão, o feminismo atual, com bases no marxismo, não deseja simplesmente melhorias para as mulheres. Deseja eliminar as “classes sexuais”. Diz a feminista radical SHULAMITH FIRESTONE, em seu livro “The Dialectic of Sex” (A dialética do sexo):

“... assegurar a eliminação das classes sexuais requer que a classe subjugada (as mulheres) faça uma revolução e se apodere do controle da reprodução, que se restaure à mulher a propriedade sobre seus próprios corpos, como também o controle feminino da fertilidade humana, incluindo tanto as novas tecnologias como todas as instituições sociais de nascimento e cuidado de crianças. E assim como a meta final da revolução socialista era não só acabar com o privilégio da classe econômica, mas com a própria distinção entre classes econômicas, a meta definitiva da revolução feminista deve ser igualmente — à diferença do primeiro movimento feminista — não simplesmente acabar com o privilégio masculino, mas com a própria distinção de sexos: as diferenças genitais entre os seres humanos já não importariam culturalmente”.

Ainda, segundo o Pe. Lodi, as feministas de gênero, fiéis à visão marxista, dizem que toda desigualdade é injusta. Que o trabalho exercido pelo homem seja diferente do exercido pela mulher é simplesmente uma injustiça institucionalizada. É preciso acabar com ela.
Como assinala JESUS TRILLO-FIGUEROA, “o gênero é a consideração de que o sexo não é algo inato, senão adquirido, quer dizer, ninguém nasce homem ou mulher por natureza, senão que o adquire em função do desenvolvimento de sua personalidade ao longo de sua vida na sociedade: masculino, feminino, bissexual, transexual, etc.”.
Conforme salienta a professora PATRICIA MARTÍNEZ PERONI, docente de antropologia na Universidade CEU São Paulo, de Madri, Espanha:
Encontramo-nos frente uma dura e pura ideologia que em sua aparente coerência argumenta com base nas aparências, nas meias verdades e nas emoções sem sujeições razoáveis a um pensamento fundamentado na realidade do ser humano e na ordem natural.
A dialética “natureza-cultura” foi convertida pelo reducionismo monista em uma hipertrofia da ideologia, com base no racionalismo ideológico e no estruturalismo filosófico-político. O substrato metafísico que suporta a realidade (o ser, o conhecimento e o agir humano) em ditas ideologias é a ‘antimetafísica do ser’.
Proclamando a absolutização da liberdade, ou melhor, a ‘libertinagem’, paradoxalmente cairiam no determinismo irreversível, ao sustentar que a orientação sexual não é escolhida, não é modificável e não se contagia nem influi aos demais. É uma espécie de ‘construtivismo inatista’ e unidirecional, sem volta atrás, daí que não admitam as terapias reparativas da homossexualidade, pois, a desconstrução é somente para a ordem natural, não para a subversão cultural.
Assistimos, portanto, a desintegração da unidade e identidade da pessoa em sua essência primeira, corpo e alma espiritual, e em sua natureza dinâmica e operativa em nível de diferenciação sexual como pessoas sexuadas desde o início da existência, como homem e mulher. Perdida assim sua unidade e identidade pessoal se romperia a unidade e identidade sexual.
Daí que seja a ‘escola do gênero’ (a aparência dos comportamentos psicosexuais atomizados da natureza neurobiológica) o referencial ético da nova ‘promiscuidade e perversidade sexual’ a que registraria e promoveria as condutas hoje, justificadas na ‘diversidade e a auto-construção da orientação do desejo’ como paradigma jurídico e social nos novos direitos à igualdade e a não discriminação”.
Hodiernamente não é possível um Totalitarismo Universal à nível econômico, político, social, cultural, sem uma Dominação e uma Aniquilação do ser profundo da Pessoa.
O instrumento privilegiado desta mudança, desta dominação do ser mais profundo da pessoa humana, desta aniquilação antropológica é a Ideologia de Gênero, que desconstrói (destrói) os fundamentos mais profundos e radicais do ser do homem: a Natureza, sua própria identidade como homem ou mulher, a sociedade, a família, a religião e o próprio Deus.
O homem, sem estes fundamentos, fica isolado, indefeso e infundado ante este novo Totalitarismo, passando assim a ser fiel e obediente submisso aos postulados deste. A destruição do ser humano entra em uma etapa nunca conhecida na história.
A gravidade desta situação, frente a outras agressões ao ser humano ao longo da História, é que não só este novo Totalitarismo aniquila o ser mais profundo do homem, senão que o realiza fazendo o homem crer que toda manipulação, aniquilação e dominação não é senão um processo de conquista da verdadeira e radical liberdade.
Assim, o homem manipulado se converterá em um dos mais fiéis defensores de todo este processo e em um dos mais agressivos perseguidores de toda “verdadeira” libertação.
O drama atual poderia resumir-se sinteticamente em que negado o ser, é crítico o conhecer, e, por conseguinte, caótico o agir humano. Portanto, como saber qual é a verdade do homem? Que sentido tem a família se não se conhece o que é a pessoa? Se se desconhece a estrutura da subjetividade humana, como buscar estabilidade no conhecimento e nos afetos em relação ao próximo? Se não existe o Outro, com maiúsculas, qual a razão de amar aos outros, ou amar a si mesmo?
Em 1994, ano da família, o Papa João Paulo II, de saudosa memória, manifestou sua angústia em relação ao tema:
Numa tal perspectiva antropológica, a família humana está a viver a experiência de um novo maniqueísmo, no qual o corpo e o espírito são radicalmente contrapostos entre si: nem o corpo vive do espírito, nem o espírito vivifica o corpo. Assim o homem deixa de viver como pessoa e sujeito. Apesar das intenções e declarações em contrário, torna-se exclusivamente um objeto. Assim, por exemplo, esta civilização neo- -maniqueísta leva a olhar a sexualidade humana mais como um campo de manipulação e desfrutamento, do que a olhá-la como a realidade geradora daquele assombro primordial que, na manhã da criação, impele Adão a exclamar à vista de Eva: «É carne da minha carne e osso dos meus ossos» (cf. Gn 2, 23). É o mesmo assombro que ecoa nas palavras do Cântico dos Cânticos: «Arrebataste o meu coração, minha irmã, minha esposa! Arrebataste o meu coração com um só dos teus olhares» (Ct 4, 9). Como estão distantes certas concepções modernas da profunda compreensão da masculinidade e da feminilidade oferecida pela Revelação divina! Esta leva-nos a descobrir na sexualidade humana uma riqueza da pessoa, que encontra a sua verdadeira valorização na família e exprime a sua vocação profunda mesmo na virgindade e no celibato pelo Reino de Deus. (3)
É urgente estudar e analisar em profundidade esta situação para poder dar a ela uma resposta séria, sistemática e planificada.
Assistimos a Revolução Cultural mais profunda e dramática de toda História da Humanidade e, se forem concretizados seus intentos, talvez seja a última pelas dramáticas e radicais conseqüências no ser humano.
Unamo-nos as forças e ponhamo-nos em marcha. As futuras gerações julgarão nossa atuação presente, pois desta dependerá aquela.

(1) Frases de feministas:
- "Nada fez mais por constringir a mulher do que os credos e os ensinos religiosos". (Judith Lasch)
- "Os textos bíblicos não são revelação de inspiração verbal nem princípios doutrinais, senão formulações históricas... Analogamente, a teoria feminista faz questão de que todos os textos são produtos de uma cultura e história patriarcal androcéntrica". (Elisabeth Schussler Fiorenza - "teóloga" feminista de gênero)
- "O cristianismo é uma teologia abusiva que glorifica o sofrimento. Cabe assombrar-se de que tenha muito abuso na sociedade moderna, quando a imagem teológica dominante da cultura é o 'abuso divino do filho' - Deus Pai que exige e efetua o sofrimento e a morte de seu próprio filho? Se o cristianismo tem de ser libertador do oprimido, deve primeiro liberar-se desta teologia" ("teólogas" Joanne Carlson Brown e Carole R. Bohn - expressões do livro: A crítica feminina, p. 26)
(2) ENGELS, Frederick. The Origin of the Family, Property and the State, New York: International Publishers, 1972, pp. 65-66.
(3) Carta do Papa João Paulo II às famílias. 1994 – Ano da Família, 33. Disponível em: < http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/letters/documents/hf_jp-ii_let_02021994_families_po.html>. Acesso em: 01.03.2010.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Derrota completa do PT

Por Nivaldo Cordeiro (*)

Praticamente encerradas as apurações dos votos das eleições de hoje (agora são 23:00 horas), já podemos apontar que houve uma completa derrota das forças governistas. A maior de todas foi deixar escapar a vitória no primeiro turno para a Presidência da República. O segundo turno é sempre uma eleição completamente diferente. No segundo turno todos os interesses estão cristalizados e aqueles que estão bem posicionados nos principais colégios eleitorais saem fortalecidos.
O PSDB ganhou os dois principais colégios eleitorais, São Paulo e Minas Gerais. Não apenas fez os governadores no primeiro turno, como também elegeu três dos quatro senadores. Nesses dois estados a vitória foi total, esmagadora, e este desempenho poderá definir as eleições no segundo turno. Principalmente em Minas Gerais José Serra poderá ampliar, de forma considerável, sua base eleitoral.
Ainda não há clareza de como ficará a composição do Congresso Nacional, mas o governo teve frustrada a sua pretensão de ampliar sua base de apoio congressual. Essa é também uma das suas grandes derrotas, na hipótese de Dilma Rousseff vir a ser eleita presidenta.
Por que o PT perdeu? Porque no Brasil existe uma base considerável de pessoas conservadoras, que andavam dispersas e desinteressadas de política. Essa passividade foi superada pela ameaça de hegemonia petista, de caráter marxista-leninista. Por isso a bandeira do anti-aborto e anti casamento gay ganhou dimensão decisiva, a tal ponto de que bispos católicos, como Paulo Evaristo Arns, tradicionais apoiadores do PT, terem quebrado o silêncio em favor das oposições.
Da mesma forma, pastores protestante falaram abertamente contra a candidata do governo por causa desses pontos. Dilma Rousseff não pode apagar o que está escrito no Plano Nacional dos Direitos Humanos e demais documentos programáticos do PT em favor dessas aberrações morais. Então ela vai para o segundo turno enfraquecida e não tem como recuperar esse eleitorado.
Muita gente votou em Marina Silva por não se achar representada por José Serra. É absolutamente importante que o candidato da oposição se componha com ela, mas penso que os eleitores não seguirão necessariamente a escolha da candidata, que tem sua história dentro do PT. Bem sabemos que, o que de fato pesa, são os interesses de cada agremiação. Não apenas com o PV de Marina, como também de todos os apoios disponíveis José Serra precisa se valer. Um presidente da República precisa espelhar a pluralidade política da sociedade. José Serra não pode se isolar, ele precisa ouvir todos os grupos, sobretudo lideranças exponenciais como Geraldo Alckmin, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. Da mesma forma, é preciso estreitar os laços com os Democratas, que tiveram desempenho além do esperado nas eleições e são leais ao candidato.
José Serra precisa especialmente cultivar o volumoso voto conservador mobilizado para ele e para eleger Geraldo Alckmin em São Paulo. É um voto claramente anti-PT. Esse sentimento está espelhado especialmente nas regiões Sudeste e Sul, mas compreende as classes médias e as igrejas de um modo geral. Serra terá que fazer um discurso de centro-direita, se quiser ganhar as eleições.
O grande derrotado das eleições foi a pessoa de Luiz Inácio Lula da Silva. Seu suposto encanto eleitoral quebrou-se. Tem a rejeição dos conservadores e não tem qualquer penetração nos estados mais desenvolvidos da federação. Se ele tinha qualquer pretensão caudilhista, esta fugiu de suas mãos como água pelos dedos. Provou-se que o PT virou o partido dos grotões.
Em trinta dias saberemos quem será o vencedor. Penso que José Serra poderá ser consagrado presidente da República, se amalgamar as forças de oposição que precisam ver nele uma liderança confiável.
A nota desconcertantemente previsível foram os erros brutais dos institutos de pesquisa. Mais que erros, parece ter havido grande má fé e imperícia dos institutos. Se há alguém mais derrotado do que o presidente Lula são os institutos de pesquisa.




(*) Fonte: http://www.nivaldocordeiro.net/derrotacompletadopt

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Lula quer eleger a sua sucessora a qualquer custo – Folha de São Paulo


Folha de São Paulo – Entrevista da Segunda

SANDRA CUREAU, VICE-PROCURADORA-GERAL ELEITORAL, DIZ NUNCA TER VISTO UMA ELEIÇÃO COMO A DESTE ANO E CRITICA A PARTICIPAÇÃO DO PRESIDENTE NA CAMPANHA DE DILMA ROUSSEFF

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
 

A menos de dez dias do primeiro turno, a vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau diz que nunca viu uma eleição como a de 2010 e critica a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Eu acho que ele quer, a qualquer custo, fazer a sua sucessora”.
Gaúcha, 63, ela acrescenta: “É por isso que, como dizem no manifesto [de intelectuais pela democracia], ele [Lula] misturou o homem de partido com o presidente. A impressão que tenho é a de que ele faz mais campanha do que a própria candidata. É quase como se fosse uma coisa de vida ou morte”. Veja os principais trechos da entrevista à
Folha.
Folha – Qual o efeito do empate no STF sobre a validade da Lei da Ficha Limpa?Sandra Cureau – Vai interferir muito no processo eleitoral, porque colocou uma quantidade enorme de candidatos no limbo. O que vai acontecer? Ninguém sabe.
Isso favorece os fichas-sujas?
Não sei, porque pode ocorrer um fenômeno como o que já vinha ocorrendo aqui no DF, onde um candidato ao governo [Joaquim Roriz, do PSC] teve seu registro impugnado desde o início e foi caindo nas pesquisas.
Processo contra poderosos não dá em nada, nem na Justiça Penal nem na Eleitoral?Quem tem condições de pagar bons advogados recorre, recorre e recorre. Se o Congresso quer mesmo expulsar os fichas-sujas, vai ter de votar uma legislação que torne mais ágil o processo eleitoral e o processo em geral.
Como vê a troca de Roriz pela mulher dele como candidata?
Ele nunca teve uma decisão positiva. O TRE-DF indeferiu o registro, o TSE manteve o indeferimento e o ministro Carlos Ayres Britto negou o efeito suspensivo no STF. Ou seja: ele perdeu todas.
Há um dispositivo na lei dizendo que candidato “sub judice” pode continuar fazendo campanha. Só que, na minha interpretação, Roriz sempre esteve com a candidatura indeferida, e isso não é estar “sub judice”.
Quanto à possibilidade de colocar a mulher dele, isso pode. Até na véspera você pode substituir, como quando o candidato falece.
Não é frustrante?
Mais do que frustrante. O candidato sai, mas a foto dele fica na urna. É interessante porque, no regimento do Supremo, existe um dispositivo dizendo que, quando há empate, prevalece a decisão que já existe. Teria de prevalecer, então, a decisão do TSE pela inelegibilidade [de Roriz].
Qual o balanço que a sra. faz das eleições de 2010?
Foi uma das eleições mais complicadas de que eu participei. Talvez tenha alguma coisa com o fato de eu ser mulher, mas acho que têm acontecido coisas incríveis.
Pessoas se negam a dar informações que têm de dar, agressões e verdadeiras baixarias, principalmente em blogs. Fico pensando: será que, se fosse um homem, fariam a mesma coisa, tão à vontade? Há certa desobediência às decisões do TSE, certo desprezo pelo Ministério Público Eleitoral por parte de algumas autoridades.
Qual o papel do presidente da República nisso, já que ele desdenha das multas e se referiu à senhora como “uma procuradora qualquer”?
Quando ele diz que eu sou “uma procuradora qualquer por aí”, ele reduz a instituição Ministério Público Eleitoral a alguma coisa qualquer. Por isso, houve reação tão veemente por parte da OAB e das entidades de magistrado e de Ministério Público. A reação foi geral. Aliás, a própria manifestação de São Paulo é consequência do que se está vivendo nesta eleição.
A sra. se refere ao “Manifesto pela Democracia”, assinado por dom Paulo Evaristo Arns, ex-ministros da Justiça, outros juristas e intelectuais?
Exatamente
Eles dizem ser “constrangedor o presidente não compreender que o cargo tem de ser exercido na plenitude e não existe o “depois do expediente’”. A sra. Concorda?
É, e é complicado, porque a gente nunca teve esse tipo de problema antes. Não porque os presidentes não fizessem campanha para seus candidatos, mas eles faziam tendo presente que eram chefes da nação. Era de uma maneira mais republicana, ou mais democrática, não sei que palavra usar.
Como a sra. avalia a participação de Lula nesta eleição?
Eu acho que ele quer, a qualquer custo, fazer a sua sucessora. É por isso que, como dizem no manifesto, ele misturou o homem de partido com o presidente. Aquela coisa de não aceitar a possibilidade de não fazer a sucessora. A impressão que eu tenho é a de que ele faz mais campanha do que a própria candidata. Nunca vi isso, é quase como se fosse uma coisa de vida ou morte para ele.
Como a sra. reage à posição do presidente, que recebe uma multa, duas, três e……não está nem aí. Isso faz parte de todo um quadro, e não é uma multa que vai parar isso, ainda mais que são multas baixas.
A oposição também não comete excessos o tempo todo?
Por isso também foi multada. No caso da candidata Marina Silva [PV], foram poucas representações. Com relação ao candidato José Serra [PSDB], entrei com 26 representações, e 29 contra a candidata Dilma Rousseff [PT] e o presidente.
A sra. considera absurdo analisarem que isso possa evoluir para um nível de tensão próximo ao da Venezuela?
Por enquanto, não vejo isso, mas me preocupa muito a tentativa de desqualificar as instituições. Quando se começa a não ter respeito pelas instituições e se incentiva inclusive isso, pode levar a um caminho em que não haja autoridade, ou que a autoridade seja única. Todos os Poderes são legítimos. Um não pode se sobrepor aos outros.
No escândalo da ex-ministra Erenice Guerra, houve partidarismo da imprensa?A imprensa prestou um serviço não só ao povo brasileiro, que paga impostos que estavam sendo usados naquelas negociações, ou negociatas, sei lá, como prestou um serviço ao presidente.
E a acusação de que há um complô da imprensa a favor de um candidato?Não vejo, até por uma razão muito simples. Se houvesse um complô a favor de um candidato ou contra o outro, ele estaria lá nas alturas.