segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Foro de São Paulo: mais um encontro



Entre 17 e 20 de agosto esta "reunião noturna de bruxos progressista" deliberou comodamente no Hotel Panamericano, de estilo, comodidades e preços não precisamente socialistas.

Finalizou-se o XVI Encontro do Foro de São Paulo (FSP) levado a cabo na capital da Argentina com o auspício do Governo Nacional, em Buenos Aires, nesta sexta-feira (20).
O diário "Página 12" (porta-voz da esquerda recalcitrante) fundado nos anos 80 com dinheiro proveniente da organização terrorista Exército Revolucionário do Povo (ERP), destaca na edição de hoje o seguinte, referindo-se ao Foro: "... não ceder nenhum espaço para a direita... participaram 160 organizações. Trata-se de partidos da esquerda clássica, da nova esquerda (?), de movimentos com matriz nacional, popular e democrática, de organizações sociais monotemáticas, de organizações sociais de amplo espectro. De partidos de oposição e de partidos de governo. Maior diversidade, impossível".
Certamente, no afã de não ceder espaço para a direita ou aos que se opõem aos objetivos do FSP, Chávez não titubeou em encarcerar o presidente da União de Organizações Democráticas da América - UnoAmérica -, Alejandro Peña Esclusa, acusando-o de terrorista, ao haver encontrado material explosivo (obviamente "plantado") entre os brinquedos guardados no escritório de sua filha de 8 anos. Ou Peña Esclusa, nosso presidente, é um pai irresponsável e inconsciente, talvez êmulo de Herodes versão século XXI, ou nos encontramos ante um caso de terrorismo infantil muito particular, produto de não ter assimilado (a menina) a educação de seus pais e burlado o cuidado e controle familiar.
Diz o artigo já citado que, além dos 81 partidos políticos que integram o FSP, participaram outras organizações. É lamentável que esqueçam de mencionar aquelas que foram fundadoras do mesmo em 1990, como as FARC e o ELN (bandos narco-terroristas colombianos), ou que em sua direção original estivesse junto a Fidel Castro, Enrique Gorriarán Merlo, fundador em 1986 com Eduardo Luis Duhalde, hoje Secretário de Direitos Humanos da Nação, do Movimento Todos pela Pátria (MTP) que assaltou o quartel de La Tablada na Argentina, durante o governo Alfonsín em 1989.
Entre 17 e 20 de agosto esta "reunião noturna de bruxos progressista" deliberou comodamente no Hotel Panamericano, de estilo, comodidades e preços não precisamente socialistas, e também manteve reuniões em salões do Congresso Nacional e no Palácio San Martín da Chancelaria.
A julgar pelos contínuos atropelos do governo argentino sobre a propriedade privada e as liberdades e direitos individuais dos argentinos, parece que a presidente Cristina Kirchner, além da "boina vermelha" que exibiu nos festejos do Bicentenário, se perfila como uma avantajada discípula de Hugo Chávez (sem contar com Evo). Sua participação, como a de membros de seu gabinete no Foro de São Paulo, assim o demonstra.
Só falta agora, à semelhança do país caribenho, que nossos serviços de inteligência, hoje atarefados pelas escutas telefônicas, logo descubram "terroristas" entre os opositores e passem a engrossar a lista dos presos políticos da Argentina - hoje perto de mil -, vítimas de organizações "para-judiciais" e do "terrorismo jurídico" imperante em nosso país. Estaremos atentos.

*Delegados de UnoAmérica na Argentina
Título original: O Foro de São Paulo: "lobos disfarçados de cordeiros"
Tradução: Graça Salgueiro

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